Hoje
É só mais um dia, um dia frio, de vento cortante
Cortando a face, e levando a chuva mais longe
Gelando as mãos, e causando tremor constante
Hoje a chuva continua como quem a terra unge
Como o rugir de um leão, no zoológico distante
Que arranha o vidro, mas, dali não sai, não foge
E com essa triste prisão, o rei não é como antes
A juba não é vistosa, e não troveja quando ruge
Hoje a meia esquenta pé, o chão não é isolante
Amanhã os sapatos pisarão na geada, responde...
Aquece esse coração de uma esperança pulsante
Acalma chuva esse frio que vem não sei de onde.