ÁTOMOS DO AMOR
Juliana Valis



De súbito me vem a ânsia inefável de uma luz,

Humanamente insigne no irretratável verso,

Entre alma e mente, o coração produz

Um labirinto humano de tanto amor disperso...



De repente, invadem-me tantos sentimentos,

Além de prantos, sonhos de afeto em luz,

Bem ou mal, os risos já se vão aos ventos,

E as lágrimas pesam no que a dor produz... 




Amor, amor, por que não se revela ?

Por que se faz de enigma essa emoção humana ?

E desenhamos sonhos nesta mesma tela

Da esperança insigne na paixão que clama !




E se buscássemos sonhos ao relento

Das antíteses cegas que o sentimento acalma,

Talvez já víssemos, em cada trecho lento

Do amor, o ápice da própria alma... 




Mas na palma do mundo, eis a própria vida,

Eis o árduo abismo das sensações em cor,

No fecundo enigma que tempo te elucida,

Transbordando os átomos do profundo amor !


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