Póstuma república
Póstuma república
Caminha perambulando pelas ruas
A já enfraquecida república
Banalizada, pervertida e coisa pública
E com dignidade quase nua.
Vergonha, mau uso de coisas suas
A democracia sofreu a morte súbita
Na memória, mal se tem a rubrica
De uma indignidade crua.
Póstuma república
Do brado retumbante
Da perversão da coisa pública.
Da proliferação manifestante
Do reinado podre da “música”
Dominando o povo errante.
Póstuma realização do projeto
Corrompeu-se o ideal convívio
Ao corrupto o especial alívio
À república, a perversão como objeto.
Marcel Lopes
01/05/2018