O que é poesia?
Vamos lá.
Que processo doloroso é esse o de escrever. Ter que se conectar com suas mazelas mais internas, rasga-las pelos dedos e coloca-las no papel. É um processo deveras cansativo, por isso engana-se quem pensa que ser poeta é para qualquer um. Por vezes sentimos um enorme desconforto apenas em pensar no ato de escrever. Outras vezes tudo o que queremos da poesia é distancia; há em nosso ser um overdose de palavras que não podem ser ditas de maneira alguma. Então calamos, sentimos, e passamos; mas não escrevemos uma palavra sequer.
A poesia é bela, as palavras singelas, mas nem sempre estaremos dispostos a usa-las como quem usa a panela para fazer feijão. As vezes precisamos nos nutrir de outra coisa senão a escrita; nesse momento precisamos no nutrir de vida por que apenas o pensamentos de escrever já faz com nossos braços esmoreçam e se cansem para não escrever. A vontade é de arrancar fora, cortar ao meio, esquecer que existem só para não escrever. Então saímos porta a fora e nos nutrimos, não de palavras, mas de vivencias e experiencias. Então voltamos tempos depois como o filho prodigo tornara a casa e nos jogamos aos braços da poesia que mal sabíamos estava ao nosso lado o tempo todo nos acompanhando para quando retornamos aos nossos aposentos poder nos nutrir com o alimento. A palavra, a poesia, o poema.
A poesia é desalento.
A poesia é alimento.
A poesia é o tormento.
A poesia é crescimento.
A poesia é resistência.
A poesia é o grito do espirito sobre o que nos alegra ou entristece.