VEJO-TE NAS ESTRELAS
Juliana Valis




Sensível, vejo-te entre as estrelas do relento,

Como lídimo ser que habita o sentimento,

Na aflita percepção do entardecer,

Que ecoa verso ao coração, tal como o vento,

Dissipando-se em tormento, mas por quê ?



Todo amor é incógnita de aventura,

Velejando pelos mares desta vida,

Nos barcos da emoção que te assegura

A indagação da chama mais rendida

Ao tempo que declama, sem ternura,

O sentimento de uma aurora arrefecida... 




Ah, meus pífios e simplórios versos de esperança,

Assim, dispersos, irradiam-me, sem calma,

Uma intrépida luz do amor, enigma que dança

Aqui, no âmago, labirinto dessa alma,

Que chora como adulta, e ri como criança.