CRISTO

Amém

Desde criança aprendi a dizer

A me ajoelhar perante um altar

Com uma imagem de gesso

Pregada numa cruz

Enquanto ao redor

Há outras imagens sorrindo

Com crianças no colo

O amanhã é incerto

Os olhos veem apenas o agora

O medo e a fome me rondam

Penso na África toda hora

Ás vezes eu me sinto numa colina de tormento

Onde corvos giram ao meu redor

Parece um dia de terror

Oh, Cristo!

Bom amigo

Somos duas almas solitárias

Vejo tuas mãos ensanguentadas

E uma lagrima na tua cara

Que pinga por toda humanidade

Cristo, tu és mito?

Cristo, porque eu existo?

Dá-me uma prova que existe

E por que eu existo?

Não sou blasfemo

Digo apenas o que penso

Não era assim que fazias?

Dizia o que sentia por dentro

E ao teu redor, juntava almas perdidas naquele templo

Mauricio Rocha
Enviado por Mauricio Rocha em 28/03/2018
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