COM A TINTA QUE ME SOBROU NO PEITO!

Sentada vou escrever com a tinta que me sobrou no peito

com a dor e o desespero que não se aguenta, que quer falar

vou lhe rasgar o que me sobrou, despeja-me como cinza no ar

invadi toda a ilusão da arte e do pintor

pinta-lhe-ei suas promessas, seus beijos, seus beija-flor

soprar na imensidão do amar e do bem dizer

sobre as letras mais amadas, privilegiadas, cortejadas

por poetas, por dom casmurro, por casimiro de Abreu

vou é ir ao luar, claro e cristalino,

bom mel a ser pingado, provado e despido.

ADRIANA ANDRADE
Enviado por Adriana Andrade Afonso em 19/03/2018
Reeditado em 26/03/2018
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