COM A TINTA QUE ME SOBROU NO PEITO!
Sentada vou escrever com a tinta que me sobrou no peito
com a dor e o desespero que não se aguenta, que quer falar
vou lhe rasgar o que me sobrou, despeja-me como cinza no ar
invadi toda a ilusão da arte e do pintor
pinta-lhe-ei suas promessas, seus beijos, seus beija-flor
soprar na imensidão do amar e do bem dizer
sobre as letras mais amadas, privilegiadas, cortejadas
por poetas, por dom casmurro, por casimiro de Abreu
vou é ir ao luar, claro e cristalino,
bom mel a ser pingado, provado e despido.