MÚSICA INTERNA
Juliana Valis




Ouço as músicas diluídas pelos sonhos da vida,

Entre brechas de luz, um canto só de aventura,

No recanto que a alma propriamente elucida,

Sem calma, na mente, tão loquaz, insegura...




Então escuto o silêncio que o coração me apregoa,

Sem qualquer lógica, o verso desafia a canção

Do universo insensível a uma vida que ecoa

A tristeza furtiva das alegrias que vão...




E na estação da saudade, todo delírio declama

Amor, tempestade de um tempo inefável,

No sentimento que invade cada dúvida humana,

Além de todo momento simplesmente provável...




Se no cerne da mente, todo enigma ecoa

Além da estupidez deste mundo, em cada dia que jaz,

Como fazer da existência uma aurora, em si, boa,

Agora que a vida já não olha pra trás ?