Turbilhão
Será poesia o que bate no peito agitada?
Ou será a palavra pronta para explodir?
Ideia vã que remonta ao tempo do nada
Estabelece um concerto com os vagalumes
Redobrem o lume das estrelas essa noite
E eu distraio com música os seus predadores
O ciclone passa das onze e não se cansa
A noite é só uma criança e não começa
Quando alta for certamente será branca
As horas se contorcem a imitar o espaço
E o que tem o peito que inquieto se agita?
Sopra o vento um verso e outro, descabidos
E o cansaço vai inebriando os sentidos
Indiferente e lógica, a manhã rebenta.