Jogo da Vida (Paradigmas da Partida de Truco)

Eu, dês de que me lembro sou assim, não sei se vim com defeito ou se todo mundo que é assim...

A mão da vida misturou com vontade, esta mão que me entregou desde a tenra idade...

Numas rodadas entro trucando, noutras escondo a carta pra ninguém olhar...

Nem o maior nem o menor; sigo pelo meio

Como meio-soprano ou barítono, admirando, o grave e o agudo da entonação...

Desta música chamada vida, aplauso ou vaia não escutei...

Tem muita coisa que ainda não sei...

Se sou quebra-cabeça com peças faltantes, ou se sou uma obra impressionista empolgante...

Como num castelo de cartas, minhas falhas se apóiam uma nas outras, sustentando toda a estrutura justamente por não estar nem em pé ou deitado...

E assim distribuindo o peso e erguendo se casa vez mais...

Eu já não ligo se não consigo ler cada sinal que meu parceiro faz, hora vou na sorte e adivinho o que a mão traz, hora peço truco mais três pontos pro adversário, lá se vai...

Talvez não ser o melhor em algo tenha me tornado razoável de varias maneiras, então talvez esta seja minha jogada especial

Com várias regras sei jogar, aprender e adaptar, esta talvez a habilidade que tanto procuro achar...

Eu, dês de que me lembro sou assim...

Não sei se vim com defeito ou se todo mundo na verdade é assim...

Zeu Rodrigues
Enviado por Zeu Rodrigues em 23/02/2018
Código do texto: T6261653
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