MEU DESERTO
No deserto, meu corpo encontra
o navio de suas perdas
e navego entre as pedras
de minha desilusão.
No deserto, encontro meus mortos
e as portas do céu se fecham
para os dias do mar
e do porvir.
Peço palavras no deserto
e escuto os gritos
de quem já não sabe
o que é dançar.
Meu grito abre fendas no chão
e jorra água salobra,
que lava e infecciona
as areias de meu deserto.