QUEM ENTENDERÁ?
Olha eu aqui, na indagação dos meus intentos…
Perdido entre invernos, abatido em pensamentos.
Eu, feito de ideias insanas!
Um medieval sonhador,
Entre pessoas tão urbanas.
Estou embutido em meus medos,
Um sonho, entre bilhões de pesadelos.
O deserto, um deserto…
O erro, em meio ao “certo”
Deveras enxergar agora o mar,
Enxugar meu pranto,
Ser um tanto,
De estrelas a brilhar.
Ah o tempo! Sim, o tempo…
O Sr do esquecer,
O mestre do lembrar.
O dono do conter,
deus do Depressa passar.
Veloz para os amantes,
Lento para aqueles que têm ansiedade de chegar.
É castigo para o encarcerado,
É dor para o amante apaixonado,
Que aguarda sua hora de amar.
Olha eu aqui,
Perdido entre tantos tempos,
Vezes correria,
Na maioria um tanto lento.
Lento para entender o mundo de agora,
Rápido para não ser como todos,
Por isso estou sempre indo embora…
Covarde, Eu?
Quem ousaria dizer isso?
Já vivi muitos infernos,
Por isso prezo por meu paraíso.
Talvez eu seja louco na razão,
Mas na emoção encontro o meu juízo.
Quem entenderá meu coração,
Em um mundo tão vazio de emoção?
Quem ouviria meu pulsar,
Em um tempo tão egoísta para amar?
À quem queira voar,
À quem queira sentir,
Deixo neste simples versear,
Um pouco do meu existir.
E se porventura o meu tempo esgotar,
Que outra alma leve,
Surja, entre os poucos leitores aí...
(Hámilson Carf)