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Onda há felicidade?
Nas manhãs de frio e sorte?
Para que tua liberdade?
Se condenado estás à morte
Onde andas teu amor?
No leito de alguém
Quem?
Por que não falas tua dor?
Não importa mais ninguém
Tuas histórias...
A tua vida
Tua casa
Tua comida
Teu riso frouxo e sem graça
Seus sinais
Suas trapaças
Por que gritam aos prantos teu nome?
Ninguém há de escutar!
Por que viver tu agora?
Se pode morrer
Para que guardar memórias?
Elas te vão doer
Ó, ser tão perspicaz
Vive
Não para mais
Insiste na porta bater
És sadio?
Inocente...
Como tola essa gente
Para quê? Para quê?
Onde estão tuas palavras?!
Descabidas
Desvairadas
Imundas, sujas, sem jeito!
Por que rejeitas a mim assim?
O que fiz eu para ti?
Quão terríveis são os meus defeitos?
Por que tu não mais faz a reza?
Por que me lembra o que não me resta?
Por que só me faz
Dor
Ó, pobre de mim!
Ainda está aqui?
Vá embora, por favor!
Eu suplico
Eu imploro
Em minha glória enegrecida
Em meu leito
Me afogo
E minha alma
Destemida
A questão que paira em mim
Como quanto irei sentir
Tanto quanto sinto
Como hei de viver sem sangrar?
Como ser oca
Seca
Nada
Pó
E só
Até o meu destino sanar?