sou.
sou a força que me empurra
cada vez mais forte
sou a piada do universo
acontecimentos de sorte
sou o campo de batalha
onde sangue foi derramado
sou a derrota e o sobrevivente
o único a não ser massacrado
sou o que restou de mim
depois de tanto se quebrar
sou o resultado final
de uma vida a lutar
sou o que há de pior
que dominado permanecerá
sou a busca pelo eu melhor
um ciclo que nunca terminará
sou o preto mais escuro
uma perene escuridão
sou a tocha acesa no quarto
fonte única de claridão
sou eu, mas nem sempre fui assim
um paradoxo com consciência
sou enchurrada, vômito sem fim
a poesia da violência
sou o soco que derrama líquido rubro
a face com sangue avermelhada
sou o nocaute e o nocauteado
a esperança outra vez recuperada