Do lado de cá
A janela aberta
Flores na varanda
Do outro lado da rua
Crianças brincando,
Sorrisos
Do lado de lá
Da rua
Um céu azul
Nuvens que formam bichinhos
Do lado de lá...
Do lado de cá, vazio.
Nem flores, nem nuvens, nem sorrisos.
Uma mente em turbilhão.
Pensamentos que se dissolvem
Como as nuvens levadas pelo vento.
Janela aberta.
Observo o lado de lá.
Sempre mais belo, mais contente.
Na varanda das flores,
Surge uma jovem
Olhos profundos
Mergulhada talvez, na imaginação do lado de cá.
Ela sorri.
Será que para ela
O sol do lado de cá, brilha mais forte?
Não sei.
Ela entra,
Mas a janela continua aberta.
Seriam aquelas flores, violetas?
Não sei.
Entro. Fecho a janela.
Abro, entretanto, a janela de minha mente.
Me arrisco, e me forço a alguns rabiscos.
Mais um, entre muitos.
Apenas eu
Do lado de cá...
05/2015