ACORDA...
Assisto passivamente
A morte da natureza
Se vão as árvores, vêem as casas...
Sucumbindo toda a beleza.
Aproveito enquanto posso
Observando os rastros da destruição
Natureza sendo esvaída
Contrai-se meu pobre coração.
São reflexos de modernidade?
O chão de terra virar asfalto...
Plantios dar lugar a prédios
O poder fala mais alto.
Enquanto isso natureza geme
Contorcendo-se de dor
Grita, mas ninguém a ouve...
Seus suspiros, seu clamor.
Parece que homem pensa
Que só ele tem inteligência...
E sabe se defender
E nem percebe a sua insignificância.
Pois quando a natureza resolve
O seu respeito cobrar
Levanta-se de seu leito feroz
E faz o próprio homem chorar.
Revoltada , abre comportas de rios
Acorda terremotos, vulcões...
Toca fogo nas matas
Eleva nível do mar, assanha furacões...
E aí eu me pergunto:
Cadê a inteligência do homem?
Se não serve nem pra viver em harmonia
Com a natureza, evitando seu próprio sofrer.