Triste ladeira
Caminha solitário
com as mãos no bolso
meio à neblina da noite
pelas ladeiras da cidade
nua, crua, triste.
Reflete em seus olhos
tamanho desamparo
que brota de cada pedra,
de cada canto,
e amplia a melancolia
do conjunto homem-vila.
O homem chora a própria solidão,
enquanto tece ideias feito revolucionário
prestes a salvar o mundo;
mas quer mesmo
apenas um abrigo para a alma;
esquece o mundo por um instante
e se tranca sozinho
num canto,
em seu próprio egoísmo
e larga tudo de lado.