No vício das palavras
Não sei mais escrever outra coisa
Qualquer coisa que retrate uma cena
Mesmo doida uma rixa na praça
Uma criança achando graça da sombra.
Ou livre, apoderar-me da madrugada
E falar do que bem quero olhando estrelas
Com palavras desenhando figuras
Rios, rastros, guarda-chuvas, um bassê.
Mas qual, as letras escolhem seus pares a dedo
E escorrem no papel nessa forma unidas
De um jeito tal que as palavras escritas
São minhas, e traduzem somente você.