Arestas

Lufam por todos os lados

os ventos de artifícios

embusteando suplícios

e o siso em contrafação.

Cá, deste lado

o pulso do visceral

no chão que é sempre rachado

e o tudo qu'é desigual

há sentimentos divisos

um mar de ardis no riso

que treme no anoitecer...

Do lado de lá da rua

dor vem viva, nua e crua

e a farsa que não recua

sobeja uma emulação

no fundo, alva ilusão

a dor que, a si mesmo, caça

e traz na ledice falsa

as celas do coração...