Poesia pós-natal

A ceia estava na sala

Casa cheia de pessoas vazias

Ninguém suportava ninguém

Mas na foto todos sorriam

Nos fios brancos da barba

Não escorria óleo

Não escorria nada

Palavras e piadas sem graça

Gula, tédio e mais piadas

Vinho tinto, olhos famintos

Alguns em suas castas

Outros em suas costas

O Menino ressurreto etéreo

Visto por homens de egos

Filas e brigas de cegos

Por pão de fruta caramelo

Outra vez Menino etéreo

Me conceda a graça, o aval

No tocante ao natal

Você nunca foi real