Eu, mar

Agora é preciso parar e estancar ferimentos abertos 
É hora de suspensão para me curar tanto quanto posso 
Preciso da calma do mar dentro de mim amenizando dor
"-Traga seu mar para dentro de você..." 
As minhas tintas e pinceis charmosos estão me atraindo 
Há muitas telas em branco exigindo urgente atenção  
Trarei o meu mar para dentro de mim agora 
Trarei todos os mares para me enfeitar de água
Lembrar-me-ei que não sou a feia na sua vitrine embaçada 
Em nenhum instante pertenci a outra pessoa, pessoa 
Não aceitei a acusação absurda de amar, mas fui acusada 
Não aceitei a morte daquele ser que permanece rastejante
Não perdi amigos nem de anos, meses, dias e nem horas
Não é possível perder aquilo que jamais possuí, eu sei 
Que a dor seja vivida até que finde e me traga paz 
A ausência de reflexo no espelho é um alerta  
Olho para o chão tão gasto por passos tão trôpegos 
Vejo as marcas no solo e percebo o caminho em círculos 
O teor é solitário e é na solidão que equalizarei 
Vou somar minhas perdas e subtrair o que foi equívoco 
Mesmo ciente do resultado, é um ato simbólico eficiente 
As letras estão em desordem após o uso num excesso volátil 
É prioridade dar tempo para o realinhamento satisfatório 
O momento é de trazer meu mar para dentro de mim 
Então serei água em todas as suas formas, cores e sabores

                
Rose Stteffen
Enviado por Rose Stteffen em 27/12/2017
Código do texto: T6209738
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