SALTANDO O TEMPO
Juliana Valis
Queria escrever um poema que saltasse o tempo,
Que pulasse as horas incautas diluídas em sonhos,
Que transcendesse as aparências de qualquer momento,
Rumo ao imprevisível sentimento em versos que nos descrevem...
Queria não apenas rótulos de mundos vis,
Prefiro, antes, a delicadeza das letras de amor,
Além da dor, do mundo, do que se quis
Nos mais profundo réquiem de uma aurora em cor,
Que desfalece, agora, querendo ser feliz...
Por tudo isso, perco verbos em horas vãs,
E, sem demoras, as teclas da vida em si
Convidam-nos a chorar, a ver, a sorrir,
Além do descompasso, em tantas sós manhãs,
Desabando em nós, no sonho denso, aqui !
Ah, pudéramos declamar vertigens de amor loquaz,
Além do mar, da dor presa a todo humano espaço,
E, talvez assim, pudéssemos sentir a paz
Transbordando, enfim, no mais sutil compasso,
Em cada breve passo que a humanidade traz !
----
Quadro acima de Salvador Dali,
"A persistência da memória'"
Juliana Valis
Queria escrever um poema que saltasse o tempo,
Que pulasse as horas incautas diluídas em sonhos,
Que transcendesse as aparências de qualquer momento,
Rumo ao imprevisível sentimento em versos que nos descrevem...
Queria não apenas rótulos de mundos vis,
Prefiro, antes, a delicadeza das letras de amor,
Além da dor, do mundo, do que se quis
Nos mais profundo réquiem de uma aurora em cor,
Que desfalece, agora, querendo ser feliz...
Por tudo isso, perco verbos em horas vãs,
E, sem demoras, as teclas da vida em si
Convidam-nos a chorar, a ver, a sorrir,
Além do descompasso, em tantas sós manhãs,
Desabando em nós, no sonho denso, aqui !
Ah, pudéramos declamar vertigens de amor loquaz,
Além do mar, da dor presa a todo humano espaço,
E, talvez assim, pudéssemos sentir a paz
Transbordando, enfim, no mais sutil compasso,
Em cada breve passo que a humanidade traz !
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Quadro acima de Salvador Dali,
"A persistência da memória'"