"O capitalismo é a crença surpreendente que o mais perverso dos homens vai fazer a mais perversa das coisas para o bem maior de todos." John Keynes

Teoria poética do capitalismo

Um banqueiro ceifou a flor nativa
e plantou um quiosque em seu lugar.
Disse ele que é hora de plantar
uma flor mais rentável e atrativa.

O banqueiro reluta manter viva
a flor, que dá trabalho pra regar,
qualquer que seja a hora ou o lugar,
pois sempre há uma flor alternativa:

uma flor de papel, cor verde oliva,
que pode ser plantada onde se queira.
A flor que enche espaços na carteira
e que substitui a flor nativa.

A flor que tem o cheiro da saliva
de quem conta cifrões a vida inteira.
Herculano Alencar
Enviado por Herculano Alencar em 03/12/2017
Reeditado em 03/12/2017
Código do texto: T6188571
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