A MÃO
Não tenha receio,
venha, passe aqui pelo meio
destes canteiros repletos de flores,
e poderás sentir o perfume dos amores,
que aqui floresceram, vingaram e feneceram.
Como a consciência que dobra o braço do valente
assim também, o argumento se faz presente,
em qualquer discussão mais aguerrida,
e, às vezes , nem a própria vida
é tão contumaz na ação,
quanto à mão.
Sim, a mão, que dá, tira, acaricia e agride,
por vezes se passa por bondosa, carinhosa,
e, tantas outras é bruta, capaz
das maiores bestialidades.
E com a maior naturalidade,
retém em si a verdade.
Queria poder contestar este raciocínio,
com um pouco mais de tirocínio,
e provar que estou errado.
Porque é duro perceber
o que se deixa de fazer
apenas por não participar
de modo adequado...