Tempo e Vento
No delírio da repentina
e repetida insonia,
ainda acordei consciente
mas não percebi que o meu
tempo correu,e tudo ficou gravado
mas ficou a maioria no passado,
devo ter a notória que hoje é presente.
Acordo hoje numa dispersa realidade,
retratando tudo aquilo o que fui
e da empáfia vida que hoje já não sou.
Tempo esse que passou apressado
Junto de um temporal e o vento dos anos
muito soberbo, sem esperar tudo ele carregou
até os mais simples sonhos de antigamente.
Sentado na sala junto ao meu chimarrão de agora
a cada trago que sorvo tento esquecer
e não mais viver nesse passado que ficou,
me via perdido em muitos lugares,
com pessoas estranhas, as vezes jogado nos bares
e com diversos pronomes, com propostas vulgares
Eita vida boemia que deixou mágoas e também,
as boas lembranças,das cantigas pelas sombras,
das bebedeiras com fartos risos e a lamuria dos choros.
Sobrou a historia das praias dos vales e das campinas,
o sonho voou na altura das montanhas, ficou indecifrável como
os sete mares, e toda alquimia destilada com derrotas e vitórias.
Percorri ao longo de minha trajetória muitos caminhos,
conheci o tempo das crianças,
conheci o tempo dos homens e mulheres
estranhos que se encontraram
conhecidos que se reencontraram e se perderam,
nesse mesmo enlevo que só o vento do acaso permite,
esse que me carregou com o tempo, e com esse mesmo
vento dos tempos, relembro dos momentos vividos
e muitos que por vento contrario não foram realizados.
Porém de tudo não quero desse tempo passado mais viver,
mas a memória e as lembranças insistem em não esquecer.