PALCO DOS SONHOS SÓS
Juliana Valis




Não meça seus sonhos pela insensatez do mundo,

Nem peça ao tempo que pare a cada estranha dor,

Nesta estrada da vida, o ato mais profundo

Vem da própria alma, irradiando amor...




E quando seus olhos cruzarem o terno espaço

Entre o coração e a mente, entre corpo e essência,

Subitamente, o enigma de um simples compasso

Do sonho virá como véu da existência...




Ah, céu de um mundo tão insano,

No fundo, estúpido, iníquo e tão cruel,

Quem dera se cada um fosse generosamente Humano,

E não mero número em cada só papel...




Céus, quem declamará a paz além das dores,

Além do mar, dos sonhos e desses versos ?

Só quem abastece a essência com sutis amores

Realizará seus sonhos, sempre tão dispersos ?





Ah,  talvez o mundo seja tão-somente labirinto

De palcos perdidos em teatros sós,

E todo ato em cada sol que sinto

Dilui-se no enigma da existência em nós...




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