Poema do medo

Apavorado me arvoro a correr.

Ofegante olho para trás insistentemente.

Atrás vejo sombras que não existem.

Produzidas pela minha mente, apavoram.

Volto-me para a frente, querendo esquecê-las.

O que vejo adiante entorpece.

E o receio daquela sombra se tornar real.

Anestesiado, corro sem sair do lugar.

Reconheço o medo, pois já incontrolável…

Me torna cego, surdo e mudo.

Sem controle me entrego.

Visto a sombra inexistente que me persegue.

Sucumbo ao medo e já não há mais saída.