Meus versos soltos

Ah!...Os meus versos soltos...

Desencontrados dentro de mim...

Se esbarram,

Dão laço...

Formam nó...

Ficam tão juntinhos, que parecem um só...

Olhando de pertinho,

Vemos duas pontas separadas, apenas encostadas...

Dando a aparência de ser uma extensão da outra parte...

Meus versos soltos...

Tão desencontrados,

Que no rebuliço se embaralham de tal forma

Que dão nó...

Mexo neles com cuidado,

Para não perder a ponta solta,

Nem para quebrar o que aparentemente esta consertado.

É tanto jogo de cintura e leveza...

Que desfaço o nó pacientemente,

Sem grandes danos,

Para os outros versos que ainda estão soltos.

Então olho palavras voando...

Vírgulas e pontos...

Junto com cuidado,

Tentando formar uma frase...

Um verso...

Uma rima.

Muitos dos versos que ainda se encontravam soltos...

Se aproximam

Formando uma poesia...

Neste momento, contribuem

Se alinham,

Ficam cada um em seu lugar...

Depois de pronto...

Começam novamente se embaralhar.

O jeito é deixá-los todos soltos pelo ar...

Vão se embolar,

Simplesmente se encostar...

Fazendo laço...

Outra hora dando nó apertado...

Usarei sempre de paciência para os soltar,

Sem assim danificá-los...

Podendo sempre deixar meus versos soltos...

No ar

Ré Ferry