Despedida

O poeta escondeu os versos

Beijou o poema com ternura

Apagou as luzes do universo

E azar de quem o procura...

Procuro nesse espaço tão frio

Essa falta meio inconsequente

Rasga o peito, e traz um vazio

Folha branca cai num repente...

Foi o vento, atrevido menino

Que brincou com nosso destino

Brinco de pérola sem o seu pino

É meia joia, beleza e desatino...

Loucura que preenche o olhar...

Fica na ânsia de querer procurar

Uma justa medida, e então amar

Na cama, no chão, na água do mar.