Não se afastem seus olhos de mim

Não esconde esses olhos de mim

Me mande um pouquinho de sol

Pela janela que dá para o porvir.

Gosto de acordar pela manhã

E ver seus cabelos ao vento

Que no meu pensamento

Escorrem no meio dos dedos

Com que lhe penteio.

Não se percam seus olhos de mim

Me mande um bocado de sal

Pelo poema que pões no papel.

Esta noite olhei para Antares

A brilhar nas águas escuras

Dourando sereias imaginárias

Num banco imenso de areias

Por onde avistei sair seus navios

Chorando saudades de pescador.