Primavera
Sinto o cheiro da primavera
Das flores dormentes onde outrora frio
Hoje calor e luz aos poucos
Desabrocham a existência colorida
Deixando no passado o cinza nublado das paisagens de inverno
A doçura do mundo se refaz nas cores
E as dores são apenas cicatrizes de ventos cortantes
O céu desenha aquerelas
Pintadas a mão pelo Universo
A brisa quente preenche as ausências
E cobertor do mundo é verde-folha
Descendo da copa das árvores como lágrimas de gratidão
A pele nua aquecida ao sol da primavera
Se curva diante a beleza das sementes
Dos botões
Das pétalas que retornam para inebriar e colorir as paisagens
A vida é quente
Resistente
Na dança das estações
Emoções em equilíbrio
Apreciando as flores
Aguardando a sagacidade dos verões.