Mais e Mais por Muito Menos
Eu já sei bem como irá acabar
No chororô de poucos
No silêncio
Pós a um grito ensurdecedor
É simples imaginar o final
O difícil é levantar todas as manhãs
Passar o café
Mastigar o pão com manteiga
Sentindo ânsia de vômito
Escovar os dentes pela segunda vez
Sair
Andar e andar
Chegar ao ponto onde se tem que ir a outro lugar
Chegar novamente
Ficar
Esperar e esperar
Pacientemente
Carregar qualquer coisa
Dizer qualquer coisa
Repetir e repetir
Voltar
Chegar de novo
Para conseguir voltar
Deitar de novo
E não dormi
Se machucar
Sofrer e mentir pra si mesmo
Sentir dor de estomago
Preparar um mingau de aveia
Deitar de novo
Porque vivendo o novo
Velhos estaremos
Mortos pela metade
Cada vez mais
Mais e mais
Muito pouco pra sermos capazes
De concluir o sonho da noite passada
Que passamos em claro.
- G.