Pesadelo de poeta

Ao rebentar da noite,o poeta dormiu

Sobre o seu leito,mil páginas repousadas

E outras tantas palavras que ali digeriu.

Ceia mal remida,estrofes atormentadas

O seu verso inacabado como anjo vil

A quem o céu delega almas condenadas

Com a fúria de Pirro vingado partiu

Ao rastro do poeta,seguindo as pegadas

E então o encontrou de tal sorte delirante

A afogar-se em metro rígido e verso torto

Que a morte lhe pareceu destino adequado.

Oh! verso vil de corpo e alma itinerante

Na cama,deixaste a velar o artista morto

No papel,escrito,um soneto acabado.

Damao
Enviado por Damao em 28/08/2017
Código do texto: T6097308
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