Pesadelo de poeta
Ao rebentar da noite,o poeta dormiu
Sobre o seu leito,mil páginas repousadas
E outras tantas palavras que ali digeriu.
Ceia mal remida,estrofes atormentadas
O seu verso inacabado como anjo vil
A quem o céu delega almas condenadas
Com a fúria de Pirro vingado partiu
Ao rastro do poeta,seguindo as pegadas
E então o encontrou de tal sorte delirante
A afogar-se em metro rígido e verso torto
Que a morte lhe pareceu destino adequado.
Oh! verso vil de corpo e alma itinerante
Na cama,deixaste a velar o artista morto
No papel,escrito,um soneto acabado.