Orbe
Às vezes vagueio por aí assim.
Orbe, numa esfera,
Vestida de um véu finíssimo
Com fios prateados, vivendo quimeras
Pareço –me com um vulto,
Possuo dela à transparência!
Por vezes penso ser ela.
Sem alma..., sem voz..., sem um olhar...,
Saio de mim; dou um voo esvoaçante
Desta terra cheia de feras
Lá na atmosfera sossego semelhante
Um astronauta flutuante na espera
Do sinal. É, hora de voltar!
Ninguém assiste o invisível
Necessito também de ser lua
Descortinada esquecida lá no céu
Mas, com uma luz que reluz, - tão sua
Cintilando todo espaço coroada de laurel
Será que mais alguém se vê lua?
Ou será que só vivem na escuridão
Mas, não: quem não sonha não enxerga.
Não vê o espelhar d’alma.
15/8/2017
Mary Jun