Diálogos do infinito

Nas covas da existência infinita

Imersos somos na tensão de nossas dores

Guardamo-nos

Em gavetas fundas e intimas

Enterramos passados entre pilhas de questões mal resolvidas

Lembranças de criança

Foras da vida

Barcos a deriva

Diálogos do infinito

Olhamos lírios a semear em novos campos

Possibilidades e instantes

Erguemos sonhos no mundo

Tijolo

Por tijolo

De acertos e erros

Nessa conversa eterna de nós

Para desatarmos nossos nós

Coragem e medo fundidos em peça única

Espadas de ferro

Escudos e armaduras

Somos assim

Metade luz

Metade escuro

Na dança breve das emoções que nos dão sentido

Seguir sentindo

Até mesmo as ausências

Para que haja esperança

Na luz que compõe uma nova aurora

Florescer presença

Para que no silêncio

Possamos escutar

O que diz a nossa própria voz

Charlene Angelim
Enviado por Charlene Angelim em 14/08/2017
Código do texto: T6083488
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