Roubada de mim
Roubei-me a liberdade ociosa
dos versos livres.
A beleza emblemática
das palavras soltas.
O olhar atrevido
da alma ousada.
Roubei-me as letras alegres
da poesia envolvente.
Que pulsa em minhas veias
tal sangue quente.
Roubei-me a audácia
troquei-a pelas lágrimas,
doídas e escondidas
nos risos bôbos
da alma pungente.
Ainda mais que isto
tenho roubado-me de mim
tal como cordeiro
que entrega-se ao holocaustro
de um sacrifício derradeiro.
Roubei-me a luz, como a noite
sufocando o dia em eclípse.
Soluçando últimos raios
derramados por sobre os rios.
Roubei-me de mim
traissoeiramente e covarde
tal sôpro em seu fim.
Roubei-me assim
com a consciência dos tôlos
na perspicácia do não no sim