REFÚGIO

Pra que sair daqui de dentro

Se lá fora o mundo é menor do que parece?

Pra que sair se logo eu entro

Se nada afora é o que parece?

Lá fora faz muito mais frio

Lá fora o mundo é tão vazio

Aqui, nada é tão bonito

Mas posso ter o infinito

Basta fechar os olhos, viajar…

E viver meu mundo particular.

Dentro de mim há um universo

Que não está contido no abstrato;

Me aqueço fazendo um verso

Entre as quatro paredes do meu quarto.

Me perco e me acho aqui

Vejo o que ainda não vi

Não quero mais o que ficou pra trás;

Posso sorrir, posso chorar

Se aqui, o meu refúgio está

Meus medos não me acompanham mais.

Se eu sair, sou uma farsa

A insegurança se disfarça

E sou um marinheiro em alto mar;

Pego o timão do meu navio

Enfrento o sol, a chuva, o frio

Por tempestades fico à esperar…

E mesmo se escurecer

A bússola vai me guiar

Os meus faróis vou acender

E lá no porto, sei que vou chegar;

Mas tudo isso é ilusão

O meu navio é o coração

E nele eu não posso confiar;

Então prefiro estar aqui

Sei que lá fora, é “logo ali”

Mas outra vez, não quero naufragar.

De pés no chão, ouço a razão

Por isso mesmo, aqui permaneço;

E quem é que vai dizer-me que não?

Posso ser mesmo, tudo o que pareço.

PRISCILLA PAIXÃO
Enviado por PRISCILLA PAIXÃO em 16/07/2017
Código do texto: T6056322
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