Verve
Pudera eu, algum dia, fechar os olhos para tudo,
desconsiderando o que tanto me atrapalha,
numa última tentativa de relevância,
priorizando o que me serve.
Pudera eu, algum dia, ter tamanha inteligência,
abandonando esses frequentes desprazeres,
dando-me apenas à intensa serenidade,
acalmando o sangue que ferve.
Pudera eu, algum dia, ser mais que um instinto,
cedendo à resignação daqueles que calam,
sem ter que me importar realmente,
com nada, senão, minha verve.