Verve

Pudera eu, algum dia, fechar os olhos para tudo,

desconsiderando o que tanto me atrapalha,

numa última tentativa de relevância,

priorizando o que me serve.

Pudera eu, algum dia, ter tamanha inteligência,

abandonando esses frequentes desprazeres,

dando-me apenas à intensa serenidade,

acalmando o sangue que ferve.

Pudera eu, algum dia, ser mais que um instinto,

cedendo à resignação daqueles que calam,

sem ter que me importar realmente,

com nada, senão, minha verve.

BASSANIO
Enviado por BASSANIO em 05/07/2017
Código do texto: T6046722
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