POESIA E PÓ
Exteriorização do orgasmo sentimental,
Do significado e da imagem
Dos humanos, animais, natureza
E de tudo o que os olhos podem ver.
Sígne e brisa fala de valor,
Da vida, da morte e do amor.
Linguagem inédita do espírito
Que interrompe o silêncio por escrito.
Quantos poemas são conhecidos!
Alguns poetas, esquecidos,
Como esquecidos são os animais,
A natureza e o que os olhos podem ver.
Porque o homem a que imaginamos
Não mais se lembra da poesia real,
Romântica, simbólica ou parnasiana
Esculpida da arte e da rima irretorquível.
O homem, pobre coitado!
Lembra-se apenas da poesia mortal.
Este registro da imagem de um mundo
De violências, de guerras, de fome...
Mundo imundo que o transforma
Em um ser violento, guerreiro, faminto;
Em Pó e não PoETA.