Pequena Roça

Sobre o sol um calor sem igual

Acima da estrada de terra, sobre o céu o grande farol

Os carros de bois seguem com uma trilha sonora

Os garotos estão ali, dando banho as hortas

O homem batalhando para o crescer de sua pequena roça

Reparando os portões de ferro enferrujados, com sua antiga solda

Sua esposa torna-se companheira de dança da enxada

E lá de longe pode ser ouvido a serenata da cigarra

Os vaga-lumes brilham nas noites mais claras.

O suor desce como lágrimas do Nordeste

E os corpos respiram com aquelas brisas leves

O campo rural floresce, e a santa Mãe as vozes agradecem

E aqueles humildes portões prevalecem

O tempo machuca os pais daquela terra,

E os filhos então tornam-se herdeiros dela.

Em meio ao trabalho árduo, um prestígio

Lá naquela casinha de madeira encontra-se um abrigo

Um lugarzinho quentinho, para fugir do frio

A pequena roça muitas vezes passa por momentos terríveis

O homem, com um palito em sua boca, sabe dos perigos

E na mata espreita animais que se tornam inimigos.

Viver sobre o solo arranhado não é difícil, disse um dos filhos

Difícil é racionalizar a força ao segurar o garfo

Pois o corpo se torna mecanizado, acostumado com o trabalho pesado

Ele acordou junto ao cacarejo do galo,

E fechou os olhos ao nascer da noite, com os dedos calejados

A vida no campo possui seus pontos altos e baixos

Seus pontos fortes e fracos,

Mas aquela família sempre estará pronta para o trabalho.