Dono Do Tempo

Pudera eu ser o dono do tempo

Pudera eu voltar ao passado,

E reviver belos momentos

Admirar outrora o céu estrelado

Mas pudera nós sermos capazes desta façanha

Tornarmos viajantes, como o vento

Ou que fôssemos presenteados com o justo julgamento

E decidir qual das orquídeas me amam

De sermos ouvintes fieis dos anjos.

Ai de mim se pudesse fazer tudo diferente

Afinal o ser humano erra sucessivamente

Meus acertos tornam-se menos aparentes, porém meus erros são consistentes

Quem me dera ser perfeito, mas ninguém é, eu seria o primeiro?

Iria prever os minutos reservados para o meu futuro?

Teria consciência da irrelevância das mentes controladas?

Saberia o dia em que as mentes criativas seriam testadas?

Haveriam sequelas geradas pela terceira grande guerra?

Oh tempo, sois de ti teu humilde servo

Nada significo, identifico-me como um grão no deserto

Façais de mim teu grão de areia predileto

Quantas foram as mentes revolucionárias que tu devoraste?

Diga-me, ganharei um troféu se conseguir tocar os céus?

Mate minha solidão, e não acusarei-te como sendo o réu

Adocica minha vida, feito um favo de mel

Que meus sentimentos e versos sejam mais fortes que Babel.

Tempo, seria ele um inimigo desprezível?

Tal como aquele mau elemento incorrigível?

Detesta-me, tempo? Possuis algo de ruim contra mim?

Por que quem amo sempre corre de braços abertos para ti?

Oh tempo, expulsai esse sentimento depressivo que em meu coração vive

Oh tempo, dai-me mais segundos daqueles doces relacionamentos

Faças de mim um aprendiz, serei o ouvinte e escutarei tudo que diz

Quero ser capaz de aproveitar os minutos que me dás

Não desejo mais ser eterno, apenas da felicidade um adepto

Pois sei que tu passas rápido, veloz, ágil

Sei bem que sou apenas um ser humano frágil

Mas quero ser capaz de amar, chorar,

Pois não há necessidade de dizer-me que a vida é apenas um estágio

Me contento em viver somente com o necessário,

Um abrigo, um amor e um verdadeiro amigo.

Quem poderia almejar algo mais importante?

Não há de existir algo mais interessante e instigante

Não é de meu conhecimento algo mais valioso

Que ser deste grande mundo seria tão ganancioso?

Quero apenas alguém para compartilhar meu coração carinhoso

Aquele desejo tão antigo, de possuir um colo quentinho para repousar um pouquinho

Que a minha solidão inimiga torne-se uma simples lembrança

Como aquelas que esquecemos quando éramos crianças.

Oh tempo, dai-me mais de seu tempo

Oh tempo, sou daqueles que alegam que não há tempo

Oh tempo, passe um pouco mais devagar, para que eu sinta o vento.