Vozes

Gritos estridentes

Entoam um cantar sem encanto

Som perdido nos cantos, canteiros sem flores

Sorrisos inibidos, sem libido, sem mostrar os dentes

Lábios são atalhos que seduzem

Proferindo palavras em retalhos

Interferência que fere com frequência

Uma simples anuência insana.

Um corte na corte miserável

Furor talhado em plástico

Poder sem sal, sarcástico

Loucura insustentável

Gritando cada vez mais alto

Sem descer do salto, sem nenhum palco

Silêncio!

É preciso esvaziar o porão

Um até breve seria leve

Melhor sem vozes, sem berros então

Não queira perder a calma

Nem perca a paciência antes do show

Silêncio?

Seria uma burca cobrindo as faces,

Ou uma eterna busca, falsificada em detalhes?

Sem respostas, apenas supostos disfarces

Facetas de palavras fadadas ao emudecer

Lágrimas sem lenços, vozes não sabem obedecer.

Ânderson Gonçalves Vasconcelos
Enviado por Ânderson Gonçalves Vasconcelos em 20/06/2017
Código do texto: T6032109
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.