Vozes
Gritos estridentes
Entoam um cantar sem encanto
Som perdido nos cantos, canteiros sem flores
Sorrisos inibidos, sem libido, sem mostrar os dentes
Lábios são atalhos que seduzem
Proferindo palavras em retalhos
Interferência que fere com frequência
Uma simples anuência insana.
Um corte na corte miserável
Furor talhado em plástico
Poder sem sal, sarcástico
Loucura insustentável
Gritando cada vez mais alto
Sem descer do salto, sem nenhum palco
Silêncio!
É preciso esvaziar o porão
Um até breve seria leve
Melhor sem vozes, sem berros então
Não queira perder a calma
Nem perca a paciência antes do show
Silêncio?
Seria uma burca cobrindo as faces,
Ou uma eterna busca, falsificada em detalhes?
Sem respostas, apenas supostos disfarces
Facetas de palavras fadadas ao emudecer
Lágrimas sem lenços, vozes não sabem obedecer.