O LÁPIS E A BORRACHA

Naquela noite escura

Pensei numa poesia pura

E comecei a escrever

O que o lápis podia ver.

O lápis namorava

E muito rabiscava

As virgens letras do alfabeto,

algumas destas com o tom bem aberto.

Em meio à madrugada

Surgiu uma empregada

Que, sem pena, apagava

O que eu imaginava.

Tudo o que o lápis escrevia,

Somente eu quem via,

Pois havia uma borracha

Que não deixava mancha.

Nesse torpe programa

Meu caderno via o drama

Do lápis em não registrar

O que a borracha não queria mostrar.

ANGELLY BERNARDO
Enviado por ANGELLY BERNARDO em 15/06/2017
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