Minha Minas Gerais

Ando de dia em uma cidade agitada

Desfilo a noite sobre a cidade iluminada

Onde existem estrelas disfarçadas,

Onde a Lua se perde dentre tanto brilho

Onde os vaga-lumes encontram suas casas,

Onde os pássaros se escondem do frio.

Faço caminhadas por entre os passeios

Caminho sem rumo, sem senso

Sinto o vento me ultrapassar pelos becos

E, como uma fornalha, me aqueço, sem medo.

Vejo sombras a passar

Vejo criaturas metálicas a transitar

E no bosque, aquele aroma de final de semana,

Aquela sensação que meu corpo tanto ama

E mesmo sem ter o mar, eu viajo em ondas imaginárias

Escutando os sons vindos das minas

Memorizando as pedras nas idas e vindas.

Os tempos estão deveras mudado

Poucas são as vezes que vejo bois fora dos cercados

Os carros de madeira hoje estão nos museus

Mas se passo perto do arame farpado, escuto os mugidos do gado

E por dentro das rochas de minha igreja,

Ressoa as vidas dos escravos, imortalizados em lendas

Onde as pessoas dizem escutar o bater de suas algemas.

Meu querido estado, construído pelo barro

Das crianças dos pés descalços

Dos amantes do pão de queijo, e do caldo

Lindas mineiras, formosas por natureza

E sobre as montanhas, o nascer das cachoeiras

A selva verde, que torna a paisagem uma nova forma de beleza

O sabiá, que viaja por entre as árvores,

E descansa quando percebe que já está tarde.

Dos bosques e os parques ecológicos

Das chácaras aos incríveis zoológicos

E os diversos monumentos históricos

Mariana, Tiradentes, Outro Preto

São partes do descobrimento perfeito

Belo Horizonte, a capital do meu trânsito

Onde os semáforos entram em pânico.

Minha terra, que se estende através das serras

Meus córregos e rios, que percorrem por dentro das florestas

Aqui está meu recanto, vivo enxergando encantos

O Sol brilha, e reflete as pedras valiosa

Transformando as colinas em vistas maravilhosas

A terra de onde brota as flores mais belas

As andorinhas, que fazem acrobacias durante o dia

Eis que, acerca dos morros, estão os refúgios do louro

Ó terra divina, origem de minha vida

Ó terra de poetas, progenitora de palavras eternas.