Ponto cego
É curioso olhar para pontos de ônibus.
Vejo altos e baixos, negros e brancos,
Creio que lugar mais democrático não haja,
Embora passem camarotes de rodas com duas ou três,
Em meio a ponto se faz diversidade,
Veja! Nos próprios automóveis aliena superior!
Em terra de Brasil vemos duas classes,
Aquela que no vento gelado de seus ares condicionados não vêem humano nem ponto,
E os tais que só se vê se analisar bem, as entrelinhas entre o nada e o vão.
Velados, humanoides, favelados, marginais, animais.