A volta
Estive por alguns dias longe de meu ‘diário pessoal’, envolta com os desgastes corriqueiros da vida. Sempre soube da minha dependência poética, e que a vida comum não me fascina tanto quanto minhas mal traçadas linhas. São elas que trazem de volta ao eixo, que não me deixam descarrilar. Volto porque sei que aqui estou segura, aqui me entendo comigo. Não vejo senão essa reta sem horizontes, sem placas de direção, sem pontos de apoio, mas que ainda assim não me amedronta. Tenho um jardim de possibilidades e o convite das paisagens, que sempre mudam e nunca nos espera.
Tantas vezes mudei de direção, tantas outras fui guardiã do fracasso, diante de um caminho que não se abria, não me levaria de volta. Daí desaprendi a rezar, a cantar minhas canções preferidas e a eternizar no meu diário as minhas tão minhas histórias.