RAPIDINHAS
RAPIDINHAS
I
O louco fere o amor.
O eterno amor é louco.
Quando o louco amor
Eterniza-se,
Fere o coração,
Mas o amor louco
É apenas uma pequena expressão.
II
Tem-se tudo,
Nada tem.
Tem-se nada,
Tudo há.
Na verdade,
Aquele trem
Desviou-me o olhar.
III
O olhar é peça chave
Em toda combinação.
A chuva chove,
Germinando
A semente no chão.
IV
A sabedoria vem de fontes
Que desconheço.
Conheço uma pequena sabedoria,
Faço verso louco,
Sou quase meio louco,
Faço poesia!
As fontes geram sabedoria.
O poeta faz poesia.
Eu registro o compasso do tempo,
Vou-me conforme sopra o vento:
Sou pena leve voando no ar,
Sou um poeta louco por amar;
Amo porque sou poeta.
Tangará da Serra - MT, 2002.