Poema pra quem não existe
Por onde se escondem minhas palavras?
Onde estão os versos que escrevi naquele papel?
Noites e noites na mesma escrivaninha
colorindo de preto o meu céu.
E quantas vezes mais vou repetir a mesma canção
enquanto você despe sua alma pra olhares alheios?
Quem sabe num outro dia eu possa enxergar
e varrer da minha garganta
o que me impede de gritar.
O silêncio em seus olhos te denuncia
mentira, mentira, mentira e mentira
os iguais se somavam pra depois se anularem
e seu nome escrito nas rasuras dos meus erros
foi o autor de tantos versos se arruinarem.
Pode onde se escondem minhas palavras?
Em minha cabeça que não deve estar,
pois passei meu sábado caçando minhas palavras
pra se perderem tão facilmente em seu olhar.
Este poema é tão verdadeiro quanto suas mentiras.