Segundo Ato
Segundo Ato
O que havia em minhas mãos e deixei cair?
O que está do outro lado que não consigo ver?
Por cima há o que restou, por baixo divagações.
A sujeira contida embaixo é desconhecida pela razão.
Então pensei e não consegui conhecer as palavras,
Agora, como a mão, eu tinha também suja a impressão.
Nascera uma angústia entre o não dito e o não tido.
Mesmo agora é tão vago o vazio e a perda em mim.
Imagino onde estaria o alívio, não sei o quanto escapou
E imagino onde estaria o explosivo, pelo que não deixei aflorar.
No momento, são dois sofrimentos e não sei qual devo vivenciar.
Quanto menos me importar, menos eu terei pra contar.
Menos eu serei no depois, muito menos agora no segundo ato.
Paulo Victor