Segundo Ato

Segundo Ato

O que havia em minhas mãos e deixei cair?

O que está do outro lado que não consigo ver?

Por cima há o que restou, por baixo divagações.

A sujeira contida embaixo é desconhecida pela razão.

Então pensei e não consegui conhecer as palavras,

Agora, como a mão, eu tinha também suja a impressão.

Nascera uma angústia entre o não dito e o não tido.

Mesmo agora é tão vago o vazio e a perda em mim.

Imagino onde estaria o alívio, não sei o quanto escapou

E imagino onde estaria o explosivo, pelo que não deixei aflorar.

No momento, são dois sofrimentos e não sei qual devo vivenciar.

Quanto menos me importar, menos eu terei pra contar.

Menos eu serei no depois, muito menos agora no segundo ato.

Paulo Victor

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 09/05/2017
Código do texto: T5993771
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