A nua
Tímida, tira a roupa despindo-se lenta
Ganha forma perfeita
Enquanto o relógio avança sem qualquer noção de tempo
Os olhos atentos a perseguem vidrados
E a sua luz preenche as trevas com esperança aos derrotados
Cheia de graça
É glória dos desesperados
E sua nudez míngua a tristeza dos tolos
Intensa e pálida
De pele alva de neve e orvalho
Não deixa resquícios
Nem rastros
Crescente agoniza dentre as sombras profundas
Ressurge Nova para o contento dos mediocres
Atrai e domina
Despida,
Completa e nua
Minha
E sua
Razão suficiente para os enigmas dos poetas
Inspiração de canções outrora melhores
Pousa no silêncio da noite
Mas muda, diz o que diz:
Que se um dia eu
duvidar que sou feliz
Terei o céu para ensinar-me sobre gratidão
Terei janelas
Para lembrar-me que o firmamento a pintou
Sem precisar de mãos